Em
sua obra "A Caminho da Luz" , dissertando Emmanuel
a respeito dos quatro grandes povos que em épocas remotas
estabeleceram-se na Terra, vindos de um dos orbes que gravitam
ao redor de estrela designada com o nome de Cabra ou Capela,
escreve: “É de grande interesse o estudo de sua
movimentação no curso da História. Através
dessa análise, é possível examinarem-se
os defeitos e virtudes que trouxeram do seu país longínquo,
bem como os antagonismos e idiossincrasias peculiares a cada
qual” (cap.III).
Consoante
esclarece ainda este Mentor Espiritual, os degredados da Capela
ao aportarem em nosso planeta formaram o grupo dos Árias,
a civilização do Egito, o povo de Israel e as castas
da Índia. No presente trabalho focalizaremos de forma
particular os arianos e os judeus, buscando estabelecer a conexão
existente através dos séculos entre estes dois
povos, malgrado possa esta intenção parecer detalhe
de somenos importância. Conexão que, existente desde
um passado distante, permanece no presente, fazendo-nos acreditar
que há remanescentes desses dois povos de “capelinos”,
os quais ainda não regressaram ao antigo orbe, na Constelação
do Cocheiro.
Em
um estudo analítico Emmanuel concede às duas
civilizações – dos arianos e judeus – qualidades
e defeitos. Objetivando não alterar as incisivas e claras
expressões do Mentor que conquistou a admiração
e o respeito da comunidade espírita, anotemos literalmente
suas judiciosas palavras, apenas destacando aquelas que julgarmos
de maior necessidade e interesse para o presente trabalho. Levantamento
que deixa transparecer a meridiana clareza das afirmativas do
autor de "A Caminho da Luz".
Enumeramos,
a seguir, os tópicos comparativos entre os
dois povos em foco:
1.
A respeito dos habitantes de Israel escreve Emmanuel: “Examinando
esse povo notável no seu passado longínquo, reconhecemos
que, se grande era a sua certeza na existência de Deus,
muito grande também o seu orgulho, dentro de suas concepções
da verdade e da vida” (cap. VII, p. 65).
Com
referência
aos arianos explica:
“Mais revoltados e enrijecidos que todos os demais companheiros
exilados no orbe terrestre, suas reminiscências da vida
pregressa nos planos mais elevados, qual a que haviam experimentado
no sistema da Capela, traduziam-se numa revolta íntima,
amargurada e dolorosa, contra as determinações
de ordem divina” (cap. VI,p. 58-59).
Observação – O mesmo princípio de
distanciamento da humildade nos dois povos, virtude que no dizer
do Espírito Lacordaire, em 1863, na cidade de Constantina,
Argélia, é muito esquecida entre nós terrestres.
2. “(...) pouco afeitos aos misteres religiosos (...)
não cuidaram da conservação do seu tradicionalismo,
na ânsia de conquistar um novo paraíso (...).” (Alusão
de Emmanuel aos arianos, p. 58.)
Este
mesmo desejo de buscar uma terra que traduzisse um paraíso
caracterizou os judeus, embora, no que diz respeito ao princípio
religioso, guardassem uma apreciada fortaleza espiritual, que
na afirmativa desse Mentor era um sentimento“
que lhes nutria a fé nos mais arrojados e espinhosos caminhos” (p.
68).
Observação – Nos
dois povos o mesmo desejo de encontrar algo que haviam perdido
em distante passado...
3.
Neste tópico vamos vislumbrar uma faceta sumamente
positiva atribuída por Emmanuel aos arianos: “Enquanto
os semitas e hindus se perderam na cristalização
do orgulho religioso, as famílias arianas da Europa, embora
revoltadas e endurecidas, confraternizaram com o selvagem e nisso
reside a sua maior virtude” (p. 59).
Mas
o povo de Israel não escapa ao exame do autor de
Há 2000 anos...: “Entretanto, em honra da verdade,
somos obrigados a reconhecer que Israel, num paradoxo flagrante,
antecipando-se às conquistas dos outros povos, ensinou
de todos os tempos a fraternidade, a par de uma fé soberana
e imorredoura” (p. 66).
Observação – Tanto em um povo como no outro
a qualidade que Edmond Privat aconselha em sua terna obra Karlo:
a necessidade que há de enxergarmos sempre a parte angelical
que existe nas criaturas humanas.
4.
Tanto os povos arianos quanto os judeus têm experimentado
terríveis pressões, de que em verdade lhes resultam
penosos sacrifícios. Sabemos que mais ou menos na década
de 20 mergulhou a Alemanha numa fase muito crítica, com
acentuada falta de emprego, altíssima inflação,
enfim, uma triste miséria a assolar o país. Semelhante
situação em parte era devido ao conhecido Tratado
de Versalhes, o qual impôs ao país uma política
extremamente punitiva, originária dos países vencedores
da Primeira Grande Guerra Mundial. Por outro lado, em nos referindo
a Israel, como esquecer os diversificados processos de humilhações
pelos quais passou, a começar pelo cativeiro no Egito
e continuando através de outras perseguições,
até àquelas verificadas durante a Segunda Grande
Guerra Mundial?
Dois povos. A passagem por semelhantes processos de sofrimento!
5.
Sempre foi aspiração por parte dos judeus a
chamada pureza racial. Em conseqüência, durante muitos
anos, tem imperado uma reserva com referência aos casamentos
com pessoas de outras raças. Possivelmente com o passar
dos anos tenha essa prevenção diminuída
ou mesmo acabado. Esperamos! Na Alemanha das décadas de
30 e 40, a idéia de uma raça pura constituiu
uma obsessão. Era o ideal de Hitler, seu Estado-Maior
e, afinal de contas, de muitos alemães. Na consecução
desse objetivo, um sem-número de mulheres eram utilizadas
em variadas experiências, do que, não raramente,
muitas perdiam suas vidas. Alguns observadores políticos
e estudiosos da Ciência chegaram a considerar válido
semelhante ideal, mas ficariam chocados com os métodos
usados: desumanos, injustificáveis, inaceitáveis!
6.
Duas figuras no passado estiveram ligadas: uma no campo do
judaísmo, outra no do arianismo. Referimo-nos a Einstein
e Hitler. Ambos mundialmente conhecidos. Inteligentes! O primeiro
pelas teorias científicas que apresentou ao mundo. O segundo
pela liderança militar à frente da Alemanha. No
campo da Arte, um era músico (violinista); outro, artista
plástico. Tanto o destino os uniu como os separou,como
conseqüência, é óbvio, de opções
que adotaram.
7.
O nome do patriarca do judaísmo é “Abraham”.
De acordo com a etmologia, ou seja, a parte da lingüística
que estuda a origem e o significado das palavras, verifica-se
que este nome se liga àquele de “Brahamam” (absoluto,
totalidade, força
maior do Bramanismo). Este, por sua vez, é a raiz do Hinduísmo,
religião que possui grande número de adeptos. Anotemos
neste ponto que a Grande Enciclopédia Larousse Cultural, à frente
do verbete Bramanismo, coloca entre parênteses o seguinte:
Sin. Hinduísmo.
Vejamos, agora, um curioso fato.
Os
hindus, povo em cujo seio medrou o Hinduísmo, ressaltam
que pertencem ao tronco étnico dos árias, uma vez
que o Hinduísmo é o herdeiro autêntico da
religião dos invasores arianos!
Uma
sintomática ligação!
Atentos
aos itens considerados, somos levados a aceitar a conexão
existente, através dos séculos, entre judaísmo
e arianismo, aqui no planeta. Mas podemos indagar: por que não
no orbe de origem, também? Aliás, referência
feita ao
setor terrestre, cremos de validade, igualmente, a existência
de outras conexões, considerando-se as civilizações
do Egito e da Índia.
Podemos
afirmar também que muitos “capelinos” já terão,
através dos tempos, retornado ao mundo que os degredou,
enquanto outros permanecem ainda em nosso globo.
Esta
consideração tem a cobertura do próprio
Emmanuel, o qual escreve em se referindo aos exilados da Capela: “Grande
percentagem daqueles Espíritos rebeldes, com muitas exceções,
só puderam voltar ao país da luz e da verdade depois
de muitos séculos de sofrimentos expiatórios; outros,
porém, infelizes e retrógrados, permanecem ainda
na Terra, nos dias que correm, contrariando a regra geral, em
virtude de seu elevado passivo de débitos clamorosos.” (Cap.
III, p. 37 – grifo nosso.)
Com semelhantes esclarecimentos apresentados por Emmanuel e
mediante alguns adendos que foram feitos, podemos concluir que:
a)
Os exilados da Capela formaram aqui na Terra quatro grandes
povos: o grupo
dos Árias, a civilização
egípcia, o povo de Israel e a civilização
indiana;
b)
Ao final de alguns séculos, parte da população
correspondente a estes quatro povos pôde ressarcir os débitos
que haviam contraído no orbe de origem, voltando ao mesmo
devidamente autorizados pelo Plano Superior;
c)
O estudo dos povos ariano e judaico revela-nos existir muitos
pontos
em comum, conexão esta, acreditamos, já existente
mesmo no mundo de onde saíram, traduzida por sentimentos
idênticos que os ligavam;
d)
Existem “capelinos” que não puderam regressar
ao seu orbe de origem. Estarão encarnados no seio dos
dois povos – ariano ou judaico – ou, até mesmo,
em outras civilizações terrestres;
e) É deveras oportuno o estudo desses quatro grandes
povos, conforme escreve Emmanuel. Muitas coisas ainda veladas
poderão ser dadas ao nosso conhecimento!