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É na palestra pública realizada pelo centro espírita onde se concentra o maior número de seus trabalhadores e freqüentadores, na ânsia de receber a “instrução doutrinária”. É necessário que aquele momento seja muito bem aproveitado. O Centro Espírita cumpre sua finalidade como “escola da alma” quando é norteado por um programa de educação espiritual, cujo conteúdo sejam as verdades do Evangelho do Mestre Jesus, clarificadas pela luz dos ensinamentos dos Espíritos Superiores. Programa esse que terá no seu bojo a intenção de esclarecer e consolar todos que o procuram, sendo desenvolvido com metodologia própria e objetivos definidos e buscados na carência maior de seus alunos: o conhecimento da verdade espiritual para habilitá-los no aprimoramento da sociedade material, sem ser materialista. “O Centro Espírita é a célula máter da nova sociedade, porque nela se reúnem as almas que trabalham pelo progresso geral, transformando-se numa escola, porque esta é uma das suas funções precípuas.” Todas as atividades realizadas em uma Casa Espírita são oportunidades de aprendizado para o progresso moral, e as almas que nela mourejam são aprendizes do Evangelho. Dentre as diversas atividades, ressaltamos a palestra pública. Se a criança é sementeira que aguarda a semeadura a ser feita pelo evangelizador, o adulto é seara em produção, carecendo os seus frutos de trato doutrinário para defendê-los das investidas dos pensamentos materialistas. É na palestra pública que esse trato é oferecido a ele e servirá para renovar sua vida, levando-o à reformulação de conceitos, mudanças de atitude e, conseqüentemente, de comportamento, favorecendo a que dê início à difícil jornada para a tão desejada reforma íntima. Por essa razão, o Centro Espírita deverá buscar expositores devidamente preparados e afinados com o tríplice aspecto do Espiritismo, para assumirem a sua tribuna. A causa é elevada e merece o esforço e a dedicação de quantos a ela se incorporam. Diz o insigne professor Herculano que “os serviços mais urgentes de cada centro são os da instrução doutrinária de velhos e novos adeptos, tanto uns como outros carentes de conhecimento doutrinário. Bem executado esse serviço– continua ele -, todos os demais serão feitos com facilidade.” É na palestra pública que se concentra o maior número de adeptos do Espiritismo, na ânsia de receber a instrução doutrinária. Ciente da sua demanda e da solenidade espiritual com que se reveste a reunião pública, o responsável pela sua programação deverá realizá-la dentro de um planejamento didático e com sabedoria, para mais eficientemente divulgar às mentes e comunicar aos corações o inesgotável manancial de conhecimentos e consolações que dormita na Codificação. Urge, portanto, resgatar esses conhecimentos e inseri-los em uma palestra educativa, fortalecendo o caráter de quantos a ouvem, habilitando-os a se livrarem da imensa rede de informações deletérias que os envolve. Essa rede é tecida com as multifárias correntes de pensamento e com novas descobertas científicas, que insinuam mudanças, muitas delas na forma de pensar e de agir de todos nós, no sentido da negação das verdades espirituais e do pessimismo. Faz-se mister o estudo contextualizado e comparativo da Doutrina Espírita com o avanço das modernas Filosofias, Ciências e Tecnologias nos Centros Espíritas, orientando os seus freqüentadores e trabalhadores em como conviver com tantas informações sem perder o rumo em direção ao Cristo. O venerável Emmanuel é muito claro ao colocar o Centro Espírita no devido lugar que ocupa em nossas vidas, quando diz: "Levantam-se educandários em toda a Terra. Estabelecimentos para a instrução primária, universidades para o ensino superior. Ao lado, porém, das instituições que visam à especialização profissional e científica, na atualidade, encontramos no templo espírita a escola da alma, ensinando a viver." É com base no conceito construído pelos Espíritos Superiores de que o Centro Espírita é, antes de tudo, a escola da alma, que entendemos deva ele estabelecer um programa de educação no qual cada uma das suas atividades seja devidamente planejada, com objetivos definidos e espiritualizados. A palestra pública deve constar desse programa como sendo uma aula solene, não só pelo fato de ser pública, quando estão presentes os antigos e novos adeptos, mas porque nela estão também os que farão juízo de valores sobre a Terceira Revelação, partindo do que lhes é oferecido em nome dela. A instituição espírita tem o dever de apresentar a Doutrina aos seus freqüentadores como uma verdade dialética e não extática. Espiritismo não é uma notícia, algo que já aconteceu e nada tem a ver com a nossa vida atual. Se ofertada como notícia, estará fadada a alimentar conversações e, se muito, servir de motivo para elucubrações filosóficas, sendo, em seguida, arquivada e esquecida na biblioteca mental de cada um de nós. Como revelação dialética, será instrumento para a reconstrução de nossas vidas, pois atenderá a todas as nossas necessidades espirituais e dará diretrizes para a solução dos problemas materiais do cotidiano. O Centro Espírita como escola deve preparar as pessoas para “esta” e para a “outra” vida. Para esta, no sentido de torná-las aptas a reconstruir-se e construir uma sociedade humanizada e dedicada às leis divinas; para a outra, no sentido de oferecer-lhes a consciência transcendental da imortalidade que torna as diversas vidas uma só, regida pela lei de ação e reação.
Waldehir Bezerra de Almeida |
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