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O Plano Físico

O plano físico é objeto de estudo da Geociência que investiga, em
conjunto com a Biologia, Física, Química, Matemática, Antropologia,
Palenteologia, entre outras ciências, a Natureza e a Vida planetária

O plano físico é o local onde transcorre a existência carnal, idealizado pela Espiritualidade superior para se pôr em prática o planejamento reencarnatório.

Ensina Emmanuel que nesse “[...] templo miraculoso da carne, em que as células são tijolos vivos na construção da forma, nossa alma permanece provisoriamente encerrada, em temporário olvido, mas não absoluto, porque [...] transporta consigo mais vasto patrimônio de experiência [...]”. Esclarece ainda que dentro da grade dos sentidos fisiológicos, porém, o espírito recebe gloriosas oportunidades de trabalho no labor de autossuperação.

Sob as constrições naturais do plano físico, é obrigado a lapidar-se por dentro, a consolidar qualidades que o santificam e, sobretudo, a estender-se e a dilatar-se em influência, pavimentando o caminho da própria elevação.

É região em que o Espírito [...] encontra multiplicados meios de exercício e luta para a aquisição e fixação dos dons de que necessita para respirar em mais altos climas.

O plano físico é objeto de estudo da Geociência que investiga, em conjunto com a Biologia, Física, Química, Matemática, Antropologia, Palenteologia, entre outras ciências, a Natureza e a Vida planetária.

É consenso científico que a Terra está dividida em quatro ambientes ou geosferas, decorrentes da forma do Planeta (uma esfera achatada nos polos), assim especificados:

Litosfera ou Crosta Terrestre: é a camada sólida mais externa da Terra, formada por rochas e minerais que abrangem a chamada crosta continental e a oceânica. Composta pelas rochas ígneas, sedimentares e metamórficas, a litosfera cobre toda a superfície da Terra. [...] Nas regiões continentais é constituída principalmente por rochas graníticas, ricas em alumínio e silício (a crosta continental), também denominada de Sial. Já nas áreas oceânicas predominam as rochas basálticas (crosta oceânica) compostas por minerais ricos em silício e magnésio, denominada de Sima.

Atmosfera: camada gasosa que envolve a Terra, de aproximadamente 800 quilômetros de extensão, contados na vertical, a partir da crosta. É constituída de gases, principalmente nitrogênio e oxigênio, mas há outros de menor proporção. Aí se encontram também o vapor de água, necessário à vida, e o dióxido de enxofre, elemento altamente poluente da atmosfera, pois afeta diretamente a vida humana, animal e vegetal. O seu mais nocivo efeito é conhecido como “chuva ácida” (precipitação de ácidos fortes na atmosfera).

Hidrosfera: é o ambiente hídrico do Planeta, formado pelas águas glaciais, dos oceanos e mares; dos rios, fontes, lagos e águas subterrâneas. Os reservatórios marinhos e salobros correspondem a 97,4% dos recursos hídricos do Planeta. Apenas 2,6% são mananciais de água doce, fato que demonstra a importância da água salgada para a vida planetária.

Biosfera: comumente denominada “esfera da vida”, é um ambiente misto, composto de porções de terra, mar e águas continentais, habitado pelos seres vivos. Esta é a razão de a biosfera ser considerada a esfera de todos os ecossistemas da Terra. Por definição, ecossistema (do grego oikos = casa e systema = sistema: sistema onde se vive) designa o conjunto formado por todas as comunidades que vivem e interagem em determinada região e pelos fatores abióticos que atuam sobre essas comunidades. É, pois, o espaço onde predomina intensa atividade vital: microbiana, vegetal, animal e humana. O homem se encontra totalmente integrado à biosfera há milhares de anos, de forma que não é possível imaginar a sua sobrevivência fora desse ambiente.

Com base nas provas fósseis e geológicas, os modernos estudos científicos concluem que no passado remoto a litosfera planetária estava organizada em um único bloco continental, espécie de “supercontinente” ou Pangeia, nome que lhe foi dado pelo famoso meteorologista alemão Alfred Lothar Wegener (1880-1930). Para Wegener, esse continente “[...] teria se dividido há cerca de 200 milhões de anos”. A sua teoria, ainda que brilhante, foi palco de muitas controvérsias, pois não se aceitava a possibilidade de os continentes se deslocarem. Somente a partir de 1950, as conclusões do estudioso alemão foram aceitas, trinta anos depois de sua morte, fundamentando-se nas provas fornecidas por estudos em águas profundas.

As análises desenvolvidas pelo cientista britânico Robert Hogg Matthew (1906-1975)3 demonstraram que para respaldar a ideia de movimentação dos continentes, foram realizadas pesquisas que [...] incluíam estudos geológicos da cordilheira Mesoatlântica, bem como das profundezas do Oceano Atlântico, que sugeriam que novas rochas estavam emergindo das profundezas da Terra e estavam afastando a América da Europa. Isso levou ao conceito tectônico de placas, que explica características da superfície da Terra por meio de eventos nas bordas de gigantescas placas que flutuam sobre o interior derretido do nosso Planeta.

Evidências obtidas por satélites demonstraram que os continentes se movem até 15 cm por ano – fornecendo a prova definitiva que Wegener sempre procurou.

De acordo com [as melhores] estimativas, o surgimento da atmosfera ocorreu há aproximadamente 4 bilhões de anos. Sua formação aconteceu quando o planeta Terra, após ter sofrido um enorme aquecimento, começou a esfriar, então do seu interior foi sendo expelido, dentre outros, vapor de água, e uma considerável quantidade de gases. Os mesmos se dirigiram em direção ao espaço sideral, porém uma parte se fixou ao redor do planeta, evento proporcionado pela força gravitacional.

Com a formação do Planeta, supostamente ocorrida há 4,5 bilhões de anos, acredita-se que as primeiras manifestações da vida tenham surgido um bilhão de anos depois e, por esse fato, a biosfera alterou gradativa e significativamente a atmosfera terráquea, pela proliferação de micro-organismos aeróbios (oxigênio dependentes) e pela formação da camada de ozônio (capa de gás que envolve a Terra e a protege de várias radiações).

Na verdade, a atmosfera terrestre jamais foi estável, mas sujeita a modificações consequentes das ocorrências usuais da Natureza e por efeito das ações humanas (benéficas ou nocivas). Importa considerar, porém, que o momento atual é especialmente grave, pois a Natureza se revela absurdamente agredida pelo homem, cujas consequências refletem a tendência de séria ameaça à sobrevivência das espécies.

A orientação espírita nos faz ver, contudo, que o plano físico da Terra é mais do que uma admirável estrutura geológica. É, sobretudo, espaço de aprimoramento
espiritual, viabilizado pelas reencarnações sucessivas. Portanto, revela-se como necessidade premente o aprendizado de sabermos preservar a moradia que
nos foi cedida por Deus. A Terra, no dizer dos Espíritos esclarecidos, é, pois, um magneto enorme, gigantesco aparelho cósmico em que fazemos, a pleno céu, nossa viagem evolutiva.

Comboio imenso, a deslocar-se sobre si mesmo e girando em torno do Sol,podemos comparar as classes sociais que o habitam a grandes vagões de categorias diversas.[...]

Temos aí o símbolo das reencarnações. De corpo em corpo, como quem se utiliza de variadas vestiduras, peregrina o Espírito de existência em existência, buscando aquisições novas para o tesouro de amor e sabedoria que lhe constituirá divina garantia no campo da eternidade.

Podemos, ainda, filosoficamente, classificar o planeta, com mais propriedade, tomando-o por nossa escola multimilenária.

Marta Antunes Moura
Reformador - Abril 2010
Republicado em 23/08/2015