Mensagens do
Grupo Espírita Miguel Arcanjo
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Depois de várias horas de subida difícil, o avô se sentou em uma rocha.
Deixou pender a cabeça e quase em desespero, suplicou:
– Deixem-me para trás. Não vou conseguir. Continuem sozinhos.
Conta-se que uma família do leste europeu foi forçada a sair de sua casa, quando tropas invadiram a localidade onde viviam.
Para fugir dos horrores da guerra, perceberam que sua única chance seria atravessar as montanhas que circundavam a cidade. Se conseguissem ter êxito na escalada, alcançariam o país vizinho e estariam a salvo.
A família compunha-se de umas dez pessoas, de diversas idades. Reuniram-se e planejaram os detalhes: a saída de casa, por onde tentariam a difícil travessia.
O problema era o avô. Com muitos anos aos ombros, ele não estava muito bem. A viagem seria dura.
– Deixem-me, pois serei um empecilho para o êxito de vocês. Somente atrapalharei. Afinal, os soldados não irão se importar com um homem velho como eu.
Entretanto, os filhos insistiram para que ele fosse. Chegaram a afirmar que se ele não fosse, eles também ali permaneceriam.
Vencido pelas argumentações, o idoso cedeu. A família partiu em direção à cadeia de montanhas.
A caminhada era feita em silêncio. Todo esforço desnecessário deveria ser poupado.
Como entre eles havia uma menina de apenas um ano, combinaram que, a fim de que ninguém ficasse exausto, ela seria carregada por todos os componentes da família, em sistema de revezamento.
Depois de várias horas de subida difícil, o avô se sentou em uma rocha. Deixou pender a cabeça e quase em desespero, suplicou:
– Deixem-me para trás. Não vou conseguir. Continuem sozinhos.
– De forma alguma o deixaremos. Você tem de conseguir. Vai conseguir! - disse com entusiasmo o filho.
– Não, deixem-me aqui - insistiu o avô.
O filho não se deu por vencido. Aproximou-se do pai e energicamente lhe disse:
– Vamos, pai. Precisamos do senhor. É a sua vez de carregar o bebê.
O homem levantou o rosto. Viu as fisionomias cansadas de todos. Olhou para o bebê enrolado em um cobertor, no colo do seu neto de 13 anos. O garoto era tão magrinho e parecia estar realizando um esforço sobre-humano para segurar o pesado fardo.
O avô se levantou.
– Claro, é a minha vez. Passem-me o bebê.
Ajeitou a menina no colo. Olhou para o seu rostinho inocente e sentiu uma força renovada. Um enorme desejo de ver sua família a salvo, numa terra neutra, em que a guerra seria somente uma memória distante tomou conta dele.
Com determinação, disse:
– Vamos, já estou bem. Só precisava descansar um pouco. Vamos andando.
O grupo prosseguiu, com o avô carregando a netinha. Naquela noite, a família conseguiu cruzar a fronteira a salvo. Todos os que iniciaram o longo percurso pelas montanhas conseguiram terminá-lo. Inclusive o avô.
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Se alguém ao seu lado está prestes a desistir das lutas que lhe compete, ofereça-lhe um incentivo. Recorde-o da importância que ele tem para a pequena ou grande comunidade em que se movimenta. Lembre-o de que, no círculo familiar, na roda de amigos ou no trabalho voluntário, ele é alguém que faz a diferença.
E comum ouvirmos dizer que ninguém e insubstituível, e está certo quando falamos da continuidade de um trabalho terreno.
Mas e o que dizer da nossa continuidade? Da nossa evolução? Do nosso progresso?
Esse é um trabalho onde não é possível dispormos de substitutos. A evolução de nossas vidas depende exclusivamente do nosso próprio esforço pessoal.Cada criatura é única e tem seu próprio valor. Não permita que ninguém fique à margem do caminho, somente porque não recebeu um incentivo, um estímulo, um motivo para prosseguir, até a vitória final.